Ver, confrontar as realidades e debater soluções para os desafios sociais que marcam o Brasil e a França. Mais do que a apresentação de documentários brasileiros e franceses, ampliando o intercâmbio cultural entre os dois países, a mostra Social em Movimentos: França em foco é marcada pela discussão sobre as experiências e a solução de problemas sociais nos dois países. Após cada dia de exibição, o público é convidado a discutir os temas sociais colocados em pauta pelos filmes apresentados, como trabalho, direito à moradia, imigração e justiça.
A abertura da mostra será no Cinemaison-Teatro Maison de France no dia 17 com a exibição de La zone, au pays des chiffonniers, filme mudo de Georges Lacombe, e L’amour existe, de Maurice Pialat. A programação terá continuação no Centro Cultural Banco do Brasil, a partir do dia 20. Para encerrar, a mostra apresenta A vida moderna, de Raymond Depardon.
Evento oficial do Ano da França no Brasil, a mostra Social em Movimentos: França em foco é resultado de uma parceria da Refinaria Filmes, com a ONG francesa Autres Brésils, o Forum des Images e o Centro Cultural Banco do Brasil. A programação completa, entrevista com diretores e outras informações estão em http://socialemmovimentos.net/
Curadoria Autres Brésils e Forum des Images – Paris
Dia 17 de agosto – Abertura
Cinemaison-Teatro Maison de France, Av. Presidente Antônio Carlos 58, Centro – Rio de Janeiro
20h – La zone, au pays des chiffonniers (A zona, no país dos catadores), de Georges Lacombe – França, 1928, mudo, preto e branco, 28 min
Um apaixonante ensaio sob forma de crítica social sobre o trabalho e o cotidiano dos catadores. A recuperação de lixo e o mercado de pulgas de Clignancourt são particularmente impressionantes.
20h30– L’amour existe (O amor existe), de Maurice Pialat – França, 1960, 19 min, legendas em português, preto e branco, livre
Aubervilliers, Pantin, Courbevoie, Nanterre… Uma viagem pelos subúrbios parisienses no fim dos anos 50. A degradação da paisagem, o fracasso e a devastação provocados pela urbanização, a condição de vida dos trabalhadores e dos imigrantes a dois passos da avenida Champs-Elysées. Um belo filme poético, político e desconhecido do grande diretor francês Maurice Pialat.
21h – Coquetel
Dia 20 de agosto – Sessão “Imigração”
19h – La traversée (A travessia), de Elisabeth Leuvrey – França, 2006, 55 min, legendas em português, livre
Todo verão o navio Ilha da Beleza leva da Argélia a Marselha os turistas que voltam das férias e outros que vão à França pela primeira vez. Durante a travessia, os passageiros mostram uma outra visão da imigração, do sentimento de pertencimento a uma sociedade e do futuro. Festival “Cinéma du Réel”, Paris, França, 2006 • Menção especial – Prêmio do Patrimônio.
20h – Migrantes, de Beto Novaes, Francisco Alves e Cleisson Vidal – Brasil, 2007, 45 min
O documentário retrata os obstáculos que os trabalhadores que migram do Nordeste para o interior de São Paulo enfrentam no corte da cana-de-açúcar. A ruptura com a família, condições precárias de vida, excesso de trabalho e falta de assistência à saúde são alguns dos problemas abordados.
20h45 – Debate sobre imigração/migração
Dia 21 de agosto – Sessão “Uma cidade, várias histórias”
19h – 5-7 rue Corbeau, de Thomas Pendzel, co-produção do Forum des Images – França, 2007, 59 min, legendadas em português, livre
Visto do exterior, o número 5-7 da rua Corbeau parecia um edifício como os outros. Cento e sessenta e oito apartamentos habitados por vagas sucessivas de imigrantes recém-chegados a Paris: primeiro, franceses vindos da província, a que se seguiram belgas, italianos, judeus da Europa de leste, portugueses, magrebinos, senegaleses… Em 1998, o edifício atingiu um perigoso estado de degradação e acabou por ser demolido. Neste documentário brilhante, uma rigorosa investigação sobre um microcosmos permite reconstituir a história social de uma cidade e de um país ao longo de todo um século.
20h – Moro na Tiradentes, de Henri Gervaiseau e Claudia Mesquita – Brasil, 2007, 54 min
“Moro na Tiradentes” explora diferentes formas de aproximação da experiência de morar em um dos maiores conjuntos habitacionais brasileiros, situado no extremo leste do município de São Paulo, no bairro chamado Cidade Tiradentes Um mergulho no bairro paulistano de Cidade Tiradentes, para além de estigmas de desamparo e violência.
20h30 – Debate sobre Moradia nos grandes centros urbanos
Dia 22 de agosto – Sessão “Músicas urbanas”
14h – On n’est pas des marques de vélo (Carta fora do baralho), de Jean-Pierre Thorn, co-produção do Forum des Images – França, 2004, 90 min, legendas em português, livre
O dançarino de break, Ahmed M’Hemdi, mais conhecido pelo apelido de Bouda, passou quatro anos preso. Uma vez paga sua dívida com a sociedade, ele se vê condenado a retornar à Tunísia, de onde ele não conhece nem a língua. Um destino ao mesmo tempo individual e coletivo, sua história resume a trajetória de uma geração de moradores dos subúrbios de Paris, onde nasceu o movimento hip hop no início dos anos 80.
16h – Entre a luz e a sombra (Brasil, 2007, 152 min), de Luciana Burlamaqui
O documentário investiga a violência e a natureza humana a partir da história de uma atriz que dedica sua vida para humanizar o sistema carcerário, da dupla de rap 509-E formada dentro do Carandiru e de um juiz que acredita em um meio de ressocialização mais digno para aqueles que entraram na vida do crime. Durante sete anos, a partir do ano 2000, o documentário acompanha a vida destes personagens. Prêmio do Público de Melhor Documentário do 17º Festival de Cinemas e Culturas da América Latina de Biarritz (França) Outubro 2008. Menção Especial do Júri do 17º Festival de Cinemas e Culturas da América Latina de Biarritz (França) Outubro 2008.
18h30 – Show freestyle com Slow da BF
Dia 23 de agosto – Sessão “Justiça”
15h – À côté (Do lado), de Stéphane Mercurio, co-produção do Forum des Images – França, 2008, 90 min, legendas em português, livre
Ao lado da prisão masculina, em Rennes, existe um local para acolher a família dos prisioneiros, como acontece ao lado de quase todas as prisões francesas. É para lá que se vai antes e depois de todos os encontros com os presos. Todas as semanas, três vezes por semana. É lá que se espera. É preciso chegar com antecedência sempre, porque qualquer segundo de atraso significa encontrar a porta fechada. As regras da prisão invadem esse local onde tudo é exagerado: as frustrações, a cólera, a esperança, os desejos, o medo, a paixão. Ao optar em ficar “ao lado”, o filme propõe uma aproximação chocante da realidade carcerária.
16h30 – Encontro com a diretora Stéphane Mercurio
17h – Do lado de fora, de Paula Zanettini e Monica Marques – Brasil, 2005, 54 min
Muros intransponíveis as separam de seus maridos, companheiros, filhos ou irmãos. “Do lado de fora” mostra os obstáculos enfrentados por algumas das 50 mil mulheres que visitam os parentes presos no Estado do Rio. As horas de espera, as revistas, o sentimento de humilhação a que são submetidas por alguns momentos com os entes queridos. “Do lado de fora” foi o primeiro projeto selecionado pelo programa DOCTV do Ministério da Cultura do Brasil em parceria com a Rede de televisões públicas, que tem por objetivo fomentar a produção de documentários no país.
18h – Encontro com a diretora Paula Zanettini
Sessão de encerramento
19h – La vie moderne (FR, 2007, 90 min, cor, legendas em português), de Raymond Depardon
Durante dez anos Raymond Depardon filmou a vida de camponeses das montanhas francesas. Ele nos convida a entrar nestas fazendas de uma maneira extraordinariamente natural. Este filme fala, com uma grande serenidade, das raízes e da situação da população rural. Prêmio Louis Delluc 2008. Festival de Cannes 2008.
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